Sob a batuta de um miserável maestro, está prestes a estrear mais uma deplorável tragédia letiva!

Sob as cinzas de uma democracia destroçada, iniciar-se-á a formação escolar de mais uma geração perdida.

Entre decretos, notas informativas, medidas de excepção e uma série de coisas ordinárias, o retorno será celebrado com a hipocrisia do costume! Abraços, beijos, cumprimentos, saudações, felicitações e diabo a quatro, serão esbanjadas por todos os lados, jamais entenderei estes rituais de retorno! 

O que teremos de facto para celebrar em mais um Regresso à Escola moribunda? 

O tempo perdido? As doenças sociais que nos afligem? O estado social em implosão? Os devaneios da inflação? Os miseráveis quartos onde muitos professores perderão mais um ano de vida? A precariedade que se alastra? A instabilidade que não se detém? Os negócios milionários que utilizam a escola como pretexto? O autocracia dos directores? A vassalagem de uns quantos “colegas”? A estagnação profissional onde nos querem paralisar? Os processos disciplinares aplicados discricionariamente pelos capachos da governação? A falência da representatividade profissional? A fome de alguns alunos e a debilidade dos seus contextos familiares? As famílias destroçadas pela economia de um mercado selvagem? A desconsideração da tutela? A humilhação da classe perpetrada por um Presidente movido a Fortimel? As patranhas do Miserável? Os professores que por aí andam sem colocação? Os outros colocados sem habitação? O insustentável mito da ausência de professores? O ataque à profissão através da degradação da habilitação profissional? 

Pela responsabilidade social que me cabe, nada terei a celebrar!

Não terei beijos e abraços para partilhar com quem não Ama a Escola!

Mas, confesso, estarei atenta para tentar entender a motivação dos retornados, que rejubilam ante a presença uns dos outros!

De cabeça baixa e com ar estrategicamente distraído, a maioria dos cidadãos que trabalham na escola, fará questão de aparentar um esgar amnésico, das lutas recentes e das mais anciãs, não terá memória, talvez até já tenham esquecido o tempo (de vida) que lhes foi confiscado! 

Não, uma vez mais não farei parte desse carnaval! 

Tenho um país às costas e uns quantos alunos / cidadãos para amparar!

No dia do (re)torno, sob um ambiente forjado a ferro e fogo tudo (re)começará tal qual terminou, 

a Escola sucumbe e o Caos ocupa o seu lugar, enquanto a maioria celebra com beijos e abraços o retorno ao Inferno!

Aos valentes, que Amam a Escola, desejo que continuem a resistir à pressão do (re)torno!

#amamosaescola #demissao #miseravel

4 comentários a “Do (re)torno”

  1. Do (re)torno! – Antónia Marques

    […] Amamos a Escola […]

  2. Avatar de Rosa
    Rosa

    Um texto miserável e miserabilista.
    Porque é que a colega não muda de profissão se é tudo tão mau?

    1. Avatar de Graça
      Graça

      Concordo com o texto na sua totalidade. Só quem não observa as escolas e não tem sentido crítico pode aceitar estes rituais, de facto, miserabilistas disfarçados de um “alegre retorno”. Retorno à excessiva burocracia, retorno ao excesso de funções, retorno à culpabilização dos professores em escolas sem investimento do Estado e sem condições de trabalho, dignas de um professor e não de um burocrata como 2o emprego

  3. Avatar de Maria M.
    Maria M.

    Pseudo intelectualive

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